1. Um pouco de ficção
O enigma - aquele dia de outono
O sol caiu em um laranja rosado. Julia, no entanto, permaneceu entristecida. Deveria ser um dia feliz, mas era a pior das datas. Amuada no canto do quarto, seu corpo se enrijeceu em uma posição semifetal. A garota apertou aos dedos nas mãos, formando punhos. Às vezes, ela precisava de contorno para lembrar que não entraria em combustão espontânea. Nesse momento, um cobertor não ajudaria, então ela arriscou um pouco de dor e tentou afastar seus piores pensamentos.
Em dias comuns, Julia gostava dos poentes outonais. Ela admirava em especial as luzes amareladas dos dias em que a temperatura não era muito alta, mas em que ainda assim o sol teimava em aparecer. Hoje seria um daqueles dias perfeitos para investigar o ninho de sapos que tomava conta do terreno baldio no final da rua ao lado. Era uma família, que tinha pequenos sapinhos saltitantes; eles gostavam de iogurte, como ela tinha descoberto. O dia também contava com a temperatura e a aura ideal para descobrir tranqueiras esquecidas nas caixas lacradas no sótão. O truque para não ser pega pelos seus pais: bastava como colocar tudo de volta, e tentar não rasgar a fita adesiva que fechava o papelão.
Essas memórias eram importantes para ela, mesmo porque apenas lembrar-se dos acontecimentos cotidianos nunca era suficiente. As lembranças podiam ser um engodo da mente, uma versão dos fatos. Quando pegava algo nas mãos, essas coisas se tornavam diferentes: para ela, eram mais vivos que as suas lembranças. Aquele seu primeiro desenho não era apenas uma tentativa de bola que ela tinha apelidado de “gnomo que mora do lado”, conforme sua mãe tinha descrito no papel, atrás. A pintura se tornava o gnomo, e ela quase podia lembrar-se dele, de uma maneira um pouco débil, claro. Era azul e tinha um narigão. Ela adorava conseguir cavar o cérebro para ter a memória mais clara, vai que o gnomo ainda morava perto.
2. Notícias
Ponto de fala
Participei do podcast Ponto de Fala, e você pode assistir no Youtube também.
Bora falar de games muito bem acompanhado! Estamos com Flávia Gasi, escritora, pesquisadora e jornalista pioneira no mundo dos games, que traz pra gente curiosidades, histórias e também chama a atenção de como grupos extremistas estão tomando conta de comunidades da internet para disseminação do ódio. Vem que tá divertido e cheio de conteúdo!
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Rede TVT
Também participei do programa Transição, que é uma parceria entre a TVT e o Itaú Educação e Trabalho traz nessa segunda temporada experiências de juventude e cidadania que se articulam para diminuir a desigualdade. Aqui falo sobre a pesquisa com o Laboratório de Impacto Gamer.
Só clicar aqui!
Inclusive - Laboratório de Impato Gamer
Sou estrategista do Lab. de Impacto Gamer: O Laboratório de Impacto Gamer (LIGA) ocupaos espaços de sociabilidade das culturas gamers, para promover a valorização da democracia, por meio da participação social e do combate a discursos extremistas.
A LIGA é uma iniciativa da Purpose Brasil com objetivo contribuir na construção de uma realidade mais segura, justa e transparente, dentro e fora das telas, que seja uma força para valorização da democracia.
Quer saber mais e ler nossa pesquisa? Clica aqui!
3. Dica
Nimona
Pra quem não sabe, Nimona foi inicialmente lançado como uma HQ, cuja premissa é:
O notório vilão - Ballister Coração-Negro - recebe uma nova companheira para ajudá-lo a causar estragos, obter vingança e lutar contra a Instituição. Mas sua nova companheira - Nimona - é uma metamorfa com um passado misterioso e uma muitas vontades próprias. A história foca na relação entre os dois e entre Ballister e seu arquiinimigo: o cavaleiro Ouropelvis.
Eu curto tanto que meu Podcast As Perpétuas (juntamente com a maravilhosa Belle Felix) já comentou sobre.
Escute o podcast aqui!
Nimona ganhou uma adaptação audiovisual na Netflix.
Nimona é uma aventura punk rock de fantasia científica e também uma história comovente sobre intolerância, aceitação e amor. E é exatamente o tipo de filme queer para crianças – para não mencionar o filme para crianças queer – que precisamos.
Continue lendo a reportagem
4. Aleatoriedade
Você sabia que há mais vértebras no pescoço de um pato do que no pescoço de uma girafa??? COMO RAIOS AS GIRAFAS EXISTEM E NÃO SE QUEBRAM?
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Tudo maravilhoso, porém esperava ouvir sobre patos...
Gostei do texto de ficção e fiquei me perguntando se entendi. Percebi um rito de passagem. Será que entendi mesmo o enigma?
Tenho pensado em começar uma newsletter só para mandar microcontos.
Bom te acompanhar. =)